quinta-feira, 19 de maio de 2011

Dermatologia / Pele

As tatuagens são expressões artísticas primitivas, havendo registros muito antigos que datam da Idade da Pedra (12000 a.C.). As tatuagens permaneceram populares em muitas culturas e continentes. Embora a maioria dos estudos psicológicos de pessoas com tatuagens tenha ficado restrita a pacientes psiquiátricos internados, a prisioneiros em institutos correcionais e a pessoal militar (assim refletindo somente populações específicas), uma conclusão comum é que, de todos os motivos para fazer uma tatuagem, a busca da identidade pessoal é algo central. A pele serve de lona útil sobre a qual se retratam declarações de individualidade, sexualidade, bens, machismo, frustração, tédio e raiva. No entanto, a busca de identidade pelos adolescentes costuma tornar-se irrelevante ou embaraçosa aos 40 anos, e 50% ou mais dos indivíduos mais tarde lamentam suas tatuagens.
As múmias egípcias de 4000 a.C. mostram evidências de tentativas de remoção de tatuagens. No entanto, como a maioria das pessoas vive o momento presente, e não a antecipação de empreendimentos futuros, as tatuagens continuam populares. Dados não publicados das companhias que desenvolvem lasers indicam que, em homens adultos, 9% a 11% nos EUA têm tatuagens e 50 mil a 100 mil mulheres buscam ativamente as tatuagens como arte corporal a cada ano. Em geral, as tatuagens não são bem recebidas pelo público e costumam criar uma barreira ao emprego. Os indivíduos tatuados costumam ser enxergados como anti-sociais, agressivos ou imaturos, assim incapazes de aceitar ordens e ser controlados.Sabe-se pouco sobre a história natural de uma tatuagem feita por via intradérmica. Um trabalho com exames seqüenciais de biópsias de tatuagens, feito após 24 horas, 1, 2 e 3 meses e depois de 40 anos, oferece esclarecimentos sobre este processo, assim como um estudo de microscopia eletrônica de tatuagens tratadas com laser de rubi Q-switched (QSRL) e laser de argônio.
Inicialmente, as partículas de tinta são encontradas dentro de grandes fagossomos no citoplasma dos queratinócitos e fagócitos, incluindo fibroblastos, macrófagos e mastócitos. A epiderme, a junção dermoepidérmica e a derme papilar aparecem homogeneizadas imediatamente depois da injeção da tatuagem. Após 1 mês, a membrana basal está sendo formada novamente e estão presentes agregados de partículas de tinta no interior das células basais. Na derme, fagócitos contendo tinta concentram-se ao longo da borda dermoepidérmica abaixo de uma camada de tecido de granulação firmemente cercada por colágeno.
Não se vê pigmento no interior dos mastócitos, das células endoteliais, nas células de Schwann, na luz dos vasos sangüíneos e linfáticos ou extracelularmente. Após 1 mês, a eliminação transepidérmica de partículas de tinta através da epiderme ainda está em andamento, estando as partículas de tinta presentes nos queratinócitos, macrófagos e fibroblastos.
O restabelecimento de membrana basal intacta impede maior perda transepidérmica. Nas biópsias feitas 2 a 3 meses e 40 anos depois, as partículas de tinta são encontradas somente nos fibroblastos da derme, predominantemente numa localização perivascular abaixo da camada de fibrose, que substituiu o tecido de granulação. Estudos com coelhos apóiam a teoria de que os fibroblastos sejam responsáveis pela duração estável da vida intracutânea da tatuagem. Os agregados de partículas de tinta foram cercados por membrana única, dando a impressão de que estivessem parcialmente livres na derme; entretanto, os agregados não foram encontrados livres em vários estudos. Em um estudo, estavam presentes agregados, extracelularmente e no interior dos fibroblastos.
A interpretação de pigmento de tatuagem livre no agregado extracelular pode ser conseqüência da dificuldade de detectar a membrana única vista por alguns investigadores. Tem sido relatado pigmento de tatuagem intra e extracelularmente, com fibrose leve e reações de células gigantes de corpo estranho ocasionais, com granulomas alérgicos e com reações sarcóides.

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